O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou, nesta quarta-feira, 16 de outubro, que o governo federal não irá retomar o horário de verão em 2024, mas que a medida poderá ser adotada a partir do ano que vem. Mais cedo, Silveira esteve com Lula no Palácio do Planalto para apresentar um parecer técnico sobre a questão.
Técnicos da pasta concluíram que com a volta do período chuvoso, os reservatórios estariam abastecidos o suficiente para garantir a geração de energia nas hidrelétricas e fechar o ano sem grandes prejuízos.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia apresentado ontem, 15 de outubro, dados complementares sobre a possibilidade de adiantar os relógios em uma hora.
No relatório anterior, entregue ao governo ainda em setembro, o ONS recomendou a mudança temporária no fuso horário como medida de economia financeira. A economia em 2024 poderia chegar a R$ 400 milhões.
Na última semana, Silveira informou, no entanto, que o horário de verão só seria retomado se fosse “imprescindível”. Ainda de acordo com o ministro, o fim da medida em 2019 foi uma decisão tomada “irresponsavelmente”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou o fim da política após estudos realizados pelo governo indicarem que a medida não estava gerando economia de energia significativa que justificasse a sua manutenção.
Como surgiram as discussões para a volta do horário de verão?
A partir da forte estiagem que atinge o país, o governo passou a cogitar a volta do horário de verão para aliviar o consumo de energia elétrica nas residências.
Desde o início de setembro o Executivo começou a discutir a possibilidade da retomada da medida e solicitou estudos técnicos aos setores responsáveis.
Atualmente, o Brasil passa pela seca “mais intensa da história recente”, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). De acordo com o órgão, esta é a pior estiagem dos últimos 74 anos.
Por que os estados do Norte e Nordeste não participam?
Adotado para reduzir o consumo de iluminação no país, responsável por grande parte do consumo de energia, o horário de verão tem sua eficácia nas regiões que ficam mais distantes da Linha do Equador, segundo o governo.
Isso acontece por existir uma diferença significativa na luminosidade do dia entre o verão e o inverno.
Nos estados do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul, os dias de verão são mais longos do que no Norte e no Nordeste.
A partir disso, era possível estimular as pessoas e as empresas a encerrarem suas atividades do dia com a luz do sol ainda presente, evitando que muitos equipamentos estivessem ligados quando era acionada a iluminação noturna.
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