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González diz que Ministério Público da Venezuela emitiu pedido de detenção internacional para prendê-lo fora do País, pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos e desobediência às leis

Edmundo González, rival do ditador venezuelano Nicolás Maduro, denunciou nesta quinta-feira, 7 de novembro, que o Ministério Público da Venezuela solicitou um alerta vermelho da Interpol como parte de um "novo e sistemático ataque". González foi opositor de Maduro nas eleições de 28 de julho. Na ocasião Maduro, que tentava o terceiro mandato seguido, reprimiu as manifestações de opositores ao regime.

 

 

O pedido à Interpol circula nas redes sociais sem confirmação oficial. A agência de notícias AFP chegou a consultar a procuradoria venezuelana, que não respondeu ao questionamento da reportagem. "É evidente que este novo e sistemático ataque se deve ao nosso trabalho no exterior", afirmou González, que está exilado na Espanha, em uma postagem no X.

 

No documento que se espalhou pela internet, o Ministério Público afirma ter pedido uma ordem de detenção internacional pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documento e desobediência das leis.

 

Em julho, a ditadura de Maduro pediu a prisão de González, com as mesmas acusações. Nesse contexto, o ex-candidato da Plataforma Unitária (PUD) exilou-se em Madri, no dia 8 de setembro. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, havia prometido anular todas as acusações sobre González caso ele se exilasse. Diplomata aposentado, ele saiu do anonimato na Venezuela ao ser ungido candidato da oposição após o chavismo ter inabilitado María Corina Machado, principal figura do grupo opositor.

 

González reivindica sua vitória nas presidenciais de julho, nas quais a autoridade eleitoral proclamou Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) sem mostrar as atas da apuração. A procuradoria também abriu uma investigação contra María Corina Machado, que passou à clandestinidade pouco depois de denunciar fraude nas eleições.

 

Ela é acusada de "falsificar" as atas de votação que sua equipe divulgou em um site que usa como prova de sua vitória. "Todas as pessoas envolvidas nas eleições, neste momento, estão ou exiladas, ou asiladas, ou escondidas ou presas. Não sei se o mundo entende a magnitude da perseguição política que se desencadeou na Venezuela".

 

Observador das eleições, o Centro Carter apresentou as atas do pleito à Organização dos Estados Americanos (OEA), indicando que o opositor ao regime venceu com 67% dos votos válidos.

 

Como o político exilou-se em Madri, uma crise diplomática se instalou entre a Venezuela e a Espanha. Em setembro, o regime chamou a embaixadora em Madri, Gladys Gutiérrez, para consultas e convocou o representante do país europeu em Caracas, Ramón Santos, a comparecer ao Ministério das Relações Exteriores. Em uma mensagem no aplicativo de mensagens Telegram, o chanceler venezuelano, Yvan Gil, justificou a ação mencionando o que chamou de comentários "insolentes, intervencionistas e rudes" da ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles.
 

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